Todos os textos que se seguem foram, um dia, há tempos, um segredo escrito e escondido pelo meio de folhas esquecidas com o tempo e relembrado agora talvez para partilhar com quem quer que seja que demonstre interesse.
Há momentos na vida que todos queremos esquecer, que todos queremos tirar de dentro de nós e atirar ao ar em forma de grito ou de choro. Atirar à cara da vida para lhe mostrar que somos capazes de nos levantar, virar costas e continuar a correr até não poder mais. Mas às vezes não somos..
" Hoje não sei o que escrever.
Tenho um turbilhão de coisas: um furacão talvez. Um furacão de memórias tuas e minhas... nossas.
Cada vez mais oiço que o medo não nos deixa viver, só nos faz morrer. Penso...
Hoje penso em ti e a única coisa que sinto é uma dor no coração que me diz o quanto te amo e que me diz o quanto me esqueces a cada dia que me passa à frente dos olhos e que, por mais que tente agarrar, se esquiva por entre os dedos como fumo fugidio.
Hoje não há mais nada a escrever , apenas há a sentir. A sentir os pensamentos de um coração que se parte e se cola de um dia para o outro. Sentimentos esses que apenas me deixam acordado para assistir a mais uma tortura.
"Porque é que te amo tanto se a única coisa que aprendeste a fazer comigo foi a nunca saberes o que sou para ti?"
Este sentimento de agonia derrete todos os dias mais um tijolo de que sou feito, ao saber que te quero tanto e que, a cada minuto que passa, tens menos a certeza do que outrora disseste e agora retiras.
O hoje para mim vai ser mais um dia de serviço do meu inconsciente: o inconsciente dos medos e desejos que me gasta as lágrimas e o sangue. Talvez o fim da minha vida seja aquele em que me tornarei apenas em mais uma alma que vagueia pelo mundo sem sangue e sem cérebro.
Prometo apenas, então, que quando esse dia chegar vou deixar de te procurar, porque esse dia será aquele em que também tu partirás.
Até lá... Amo-te apenas por mais um pequeno dia.
Francisco"
Sem comentários:
Enviar um comentário